plural

PLURAL: os textos de Atílio Alencar e Paulo Antônio Lauda

  • Dor de cotovelo
    Atílio Alencar
    Produtor cultural

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    O Brasil é território fértil para as expressões culturais que se inspiram na desilusão amorosa. A famigerada dor de cotovelo, que consiste na inflamação das vias ciumentas da alma, acomete gente de todas as classes sociais, raças, gêneros e idades. Se é certo que não se trata de uma síndrome exclusivamente brasileira, ao mesmo tempo me parece que, em Pindorama, atingimos uma relação tão apaixonada com os temas das separações em geral, e da traição em específico, que disso resultou um repertório musical (mas também literário e especialmente dramatúrgico) único em variedade e amplitude.

    Acaso alguém duvide disso, basta que façamos um breve resgate de algumas das obras mais significativas da cultura popular brasileira. Na literatura, o Dom Casmurro de Machado de Assis nos legou a dúvida mais inquietante e persistente da tradição literária tupiniquim: afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho? Já se vão 120 anos suportando o peso dessa insegurança sobre nossas cabeças (com o perdão da associação maliciosa), e o mistério não só permanece insolúvel, como o prazer que se extrai dele se renova com as gerações de leitores. No que tange o cancioneiro popular, talvez, tenha sido o gaúcho Lupicínio Rodrigues o compositor mais veemente na afirmação da dor de cotovelo como um patrimônio nacional que se manifesta na sofrência pela rejeição, nos pileques amargos e nas juras de vingança. Vingança, aliás, é o título de uma de suas canções mais ressentidas, que Maria Bethânia interpretou com o desassossego visceral que lhe é característico.

    E as novelas televisivas? Estas inegavelmente consolidaram o melodrama dos amores traídos no imaginário brasileiro do Oiapoque ao Chuí, fazendo com que o país inteiro se pusesse em frente à televisão com o coração palpitante, para enfim descobrir se a mocinha perversa havia cometido a desfaçatez de enganar o galã consumido pela suspeita.

    Longe da ficção, no entanto, nem sempre é possível obter algum prazer estético com o tema. Uma das razões, tão antiga quanto trágica, é a estúpida noção de "crime passional", que a lei brasileira amparou, até pouco tempo, para justificar o feminicídio praticado por homens com masculinidade frágil. Outra, de teor mais tragicômico, é o fenômeno atual do "corno da realidade": trata-se aqui do sujeito que, ao ver suas expectativas traídas pelos políticos que ajudaram a eleger, quer se vingar contra a realidade dos fatos, negando-os furiosamente e ameaçando apelar à violência para sublimar a sua condição de iludido.

    Para esses, defender a honra implica em simular cegueira diante do caos social, do desemprego, da inflação e da incompetência administrativa, desde que isso renda o alívio do autoengano.

    O dia da Independência
    Paulo Antônio Lauda
    Cirurgião-dentista e 
    ex-professor da UFSM

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    Desde a mais tenra idade, o homem vive esta saga na busca do domínio do poder. No estudo da história, passamos por vários impérios, suas ascensões e seus declínios. A esquerda Americana temia o imponente presidente Donald Trump. Daí, colocaram no seu lugar um homem chamado Biden que, simplesmente, na semana passada, abandonou o povo Afegão. Há um certo financiamento da China ao regime Talibã. Lá, pessoas foram metralhadas, mortas, estupradas, torturadas até a morte e tentando fugir desesperadamente do caos. 

    As mulheres perderam todos os progressos obtidos. Ninguém mais lutará por elas. Biden não é santo não! Ele está criando zonas de conflitos lá na Síria e Iran. Isso representa guerra! E queremos paz! Está havendo um apoio velado por parte da esquerda brasileira a estes modelos de governo. Trazendo este raciocínio para o Brasil, fico muito assustado, porque vejo brasileiros apoiando a entrada do capital chinês aqui. Eles estão comprando a América! E não é só o "capital", serão os costumes. Colônias Chineses começarão a prosperar por todos os lados. E chinês que nascer no Brasil será "brasileiro"! Terá direito de brasileiro. No meu modo de ver, esse apoio a regimes totalitários e terroristas pode trazer para nós o terror. Com a densidade populacional chinesa eles não precisariam largar uma bomba para fazer guerra de conquista. Bastaria criar comunidades chinesas em vários lugares do mundo. E assim eles se alastrariam com a sua filosofia e com o seu comando comunista. Enquanto isso, em nosso país ficam discutindo na câmara federal, senado, STF toda sorte de bobagens e não tratam de administrar nosso país que é rico por natureza. 

    Não temos os problemas da China. Os nossos são outros! Se a nossa política trabalhasse para o bem do país, já seríamos uma potência. Quando há estímulo ao ensino, pesquisa, tecnologia e indústria, não há necessidade de comprar tanta tecnologia de fora. Há 30 anos, Brasil e China tinham PIBs semelhantes. Se os brasileiros que nos comandaram tivessem tido mais visão, hoje, estaríamos vivendo outra realidade. Mas a política pretérita buscou sobrecarregar os ombros do estado e das estatais com empreguismos e politicagens. Durante anos, foi dada vazão de nossas riquezas sem pagar impostos. 

    Parece que há dois Brasis. No primeiro, existe uma máquina administrativa inchada, lerda, burocratizada ao extremo, viciada em cargos públicos, carente de recursos, o que trava nosso desenvolvimento todos os dias. No segundo, são os brasileiros que fazem este país acontecer, apesar deste sistema engessado estatal, acordando cedo, trabalhando, se qualificando, pagando impostos cada vez mais altos. Amanhã, comemora-se o dia da Independência do Brasil (7 setembro 1822). Bem que podíamos repensar tudo isso e tomarmos uma decisão. Eu vou vencer! Não vou mais esperar pelo estado! Minhas mãos, cérebro e determinações serão capazes de produzir mais do que um estado cansado é capaz de me pagar! Políticos não mais serão responsáveis pela minha prosperidade! Decidi ser feliz e projetar minha vida! Vou sair da minha zona de conforto e lutar por um mundo melhor com mais justiça, mais honestidade, mais empatia e trabalho para todos. E a todos será alcançado o futuro que cada um for lá fora buscá-lo. Para aqueles que perderam completamente e força para lutar, aí sim, uma nova estratégia de amparo será equacionada. Pensem nisso!


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